Pedro era o seu amor,
Foi vítima duma traição,
Está na paz do Senhor,
Inês, que grande coração.
Após a sua triste morte,
Foi rainha de Portugal.
Porém ainda teve a sorte,
Ter um mausoléu imortal.
Amor é algo infinito,
É fogo que arde sem se ver!
Ficará sempre no espírito,
Jamais se poderá esquecer.
Ana Francisca 9º A
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
Eugénio de Andrade
sábado, 27 de março de 2010
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