sábado, 27 de março de 2010

Poemas dedicados a Inês de Castro

Pedro era o seu amor,
Foi vítima duma traição,
Está na paz do Senhor,
Inês, que grande coração.

Após a sua triste morte,
Foi rainha de Portugal.
Porém ainda teve a sorte,
Ter um mausoléu imortal.

Amor é algo infinito,
É fogo que arde sem se ver!
Ficará sempre no espírito,
Jamais se poderá esquecer.

Ana Francisca 9º A


Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.

Eugénio de Andrade

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